quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Desmistificando a castração de cães e gatos


Os donos de cães e gatos machos torcem o nariz para a castração de seus totós. Há quem acredite que depois de serem retirados os testículos do bichinho, ele perderia sua masculinidade. O caso, no entanto, é desmistificado pela médica veterinária Fernanda Fragata, diretora do Hospital Sena Madureira, localizado na zona Sul de São Paulo. “Os machos castrados têm seu nível de agressividade reduzido, além de ter menos chances de desenvolver tumores nos testículos e na próstata”, explica.

As gatas e cadelas também só têm a ganhar com a castração, contanto que ela seja total, ou seja, são retirados os ovários, trompas e útero, como orienta a especialista. “Estudos recentes revelam que fêmeas castradas antes do primeiro cio têm 98% de chances a menos de sofrerem de câncer de mama, além de terem menos tendência a tumores e infecções no útero”. Vale lembrar também que a famosa gritaria das gatas no cio é extinta com a castração. “Este é um dos principais motivos que levam os donos a trazerem suas fêmeas para a esterilização”.

O mito da obesidade também é quebrado pela veterinária, que explica que apesar do animal ficar menos ativo depois de castrado, ele só desenvolverá obesidade se o dono não incentivar atividades físicas e não cuidar de sua alimentação. Outro ponto importante destacado por Fernanda é o uso de anticoncepcionais e a vasectomia com o objetivo de evitar gestações. Os procedimentos são totalmente desaconselhados, já que aumentam a dosagem de hormônios nas fêmeas, facilitando a incidência de câncer mamário, além de aumentar o risco de doenças venéreas nos machos.

A médica explica que ambos os procedimentos não são utilizados no hospital, já que oferecem mais riscos que benefícios aos animais. “O dono deve ter em mente que assim como os humanos devem ter cuidado com os parceiros sexuais, os animais também devem. É preciso conhecer muito bem a procedência do bicho a ser cruzado, para que não haja a contaminação por doenças venéreas.” Ela orienta que um macho com vasectomia, apesar de não engravidar uma fêmea, pode sim ser o transmissor de doenças graves, por isso que desaconselha o procedimento.

Quanto à idade ideal para a esterilização dos bicinhos, Fernanda destaca que os filhotes entre cinco e seis meses já estão aptos à cirurgia, contanto que já tenham passado por todas as primeiras vacinas e vermifugação. “O procedimento é extremamente simples e geralmente, os animais voltam rápido da anestesia, que é inalada”. Apesar disso, a médica explica que os pets ficam internados 24h no hospital como medida de segurança. “Os gatos, principalmente, tendem a voltar a sua rotina muito rápido e não sabem que foram recém-operados, com isso, os pontos podem se abrir.”

Para finalizar, a veterinária esclarece outro tema polêmico na reprodução de pequenos animais: a gestação tardia. Ela explica que diferentemente das mulheres, que têm menopausa, as fêmeas não castradas podem gerar filhotes até o fim da vida, não sendo recomendável, no entanto, gestações após os 8 anos. Caso seja a primeira gravidez do animal, os médicos não recomendam gestações após os 3 anos. “Os riscos de má formação de filhotes e a possibilidade de cesarianas aumentam nesse período. São riscos semelhantes às mulheres que têm filhos depois dos 40 anos”, conclui a médica veterinária.

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